Belém é um município brasileiro, localizado no estado da Paraíba. Pertence a
Mesorregião do Agreste Paraibano e está inserido na Região Metropolitana de
Guarabira. Localiza-se a 123 quilômetros da capital João Pessoa e a 17
quilômetros do município Guarabira. Sua fundação ocorreu em 6 de setembro de
1957.
Conhecida por ter o maior e melhor festejos de São Pedro da Paraíba, evento
popular realizado no final do mês de junho, a cidade também é uma das mais
importantes rotas de ligação entre diversos municípios da Paraíba ao estado do
Rio Grande do Norte, através da PB-073
Geografia
O município de Belém possui uma área territorial de 100 km², estando subdividido
em cerca de 54 comunidades rurais, e um distrito (distrito de Rua Nova) e o
distrito-sede.
Relevo
Localizado na Zona Fisiográfica do Piemonte da Borborema, o município de Belém
apresenta um relevo caracterizado por uma superfície de pediplanação bastante
monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales estreitos,
com vertentes dissecadas elaborada em rochas cristalinas.
As principais serras são: Suspiro, Genipapo, Lagoa da Serra, Angelim, Camucá e
Baiano.
Clima
Pôr do sol em Belém. Ao fundo a Pedra do Cordeiro.
Macambira.
Rio Curimataú.
Lagoa do Umari.
O clima do município de Belém é do tipo tropical quente e úmido (As’) com chuvas
concentradas de outono a inverno, influenciado por localizar-se numa área de
transição entre o clima úmido do litoral e o semi-árido do sertão. De acordo com
o levantamento cartográfico do estado da Paraíba, realizado pela Sudema, a
temperatura média anual do município de Belém está em torno de 26 a 27 graus
celsius, com pluviosidade média anual de 1000 a 1200 milímetros, e uma insolação
média de 2600 a 2700 horas anuais.
Vegetação
Por estar na região geográfica da Depressão Sublitorânea a vegetação do
município é do tipo caatingado, classificada como Agreste e originalmente
constituída por uma mata caducifólia de transição, com espécies xerófilas da
caatinga e algumas espécies da mata úmida, e ainda, com cobertura de gramíneas
rasteiras e espécies arbóreas primitivas como o juazeiro.
Hidrografia
O município de Belém está inserido em duas bacias hidrográficas, sendo uma de
domínio federal, por ultrapassar as fronteiras do estado da Paraíba, e a outra
de domínio estadual, devido à área estar completamente no território paraibano.
Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) o
território belenense pertence às seguintes bacias:
A bacia hidrográfica do Rio Curimataú, pelas regiões norte/oeste do município.
Em direção ao estado vizinho do Rio Grande do Norte. Tendo como principais
riachos belenenses desaguando nessa bacia hidrográfica os riachos da Picada,
Gameleira e do Meio;
E a bacia hidrográfica do Rio Mamanguape, pelas regiões sul/leste do município.
Com os riachos desaguando inicialmente na micro-bacia do Rio do Pirpirituba.
Esta grande bacia do Rio Mamanguape está incluída no conjunto de bacias
hidrográficas do litoral norte paraibano.
Os principais reservatórios d'água são os açudes Tribofe, Picada, Saboeiro,
Camucá do meio, Santo Antônio e Nica. E ainda algumas lagoas naturais, como a
lagoa da Serra, do Umari e a lagoa do Curimataú.
Geologia Belém pertence à unidade geomorfológica conhecida como Escarpa Oriental da
Borborema, caracterizado por morros, serras que avançam da depressão formando os
primeiros contrafortes orientais da Borborema, constituídas de rochas do
Complexo Presidente Juscelino com embasamento cristalino, com intercalações
gnáissicas datadas do Pré-Cambriano e restos do capeamento sedimentar do Grupo
Barreiras.
Fonte: Atlas Geográfico da Paraíba, 2003.
Demografia
De acordo com a o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a população do município é de 17.093
habitantes, com uma densidade populacional de 171,7 habitantes por km².
Observando o gráfico abaixo, percebe-se que desde a década de 1950 a população
do município de Belém continuou sempre crescendo, atingindo o número atual:
Urbana e rural
Em relação à situação de domicílio, a população residente na zona urbana é muito
superior a população residente na zona rural.
História da Cidade
A história do município de Belém pode ser compreendida a partir de três períodos
históricos distintos.
O primeiro período confunde-se com o início da colonização da Paraíba quando no
final do século XVI, entre os anos de 1587 e 1592, nas administrações do Ouvidor
Geral do Brasil, Martim Leitão, e do capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de
Carvalho, aconteceram sangrentas batalhas na região da Serra da Copaoba, na qual
está inserida grande parte do município de Belém, entre os Índios Potiguaras
aliados dos franceses que exploravam o Pau-Brasil da região, e os portugueses,
aliados com os índios Tabajaras do litoral paraibano. Os Potiguaras, primeiros
nativos do município de Belém, sob a liderança dos caciques Pao-Seco e Zorobabé,
tentaram resistir aos ataques dos colonizadores e dos Tabajaras, porém foram
derrotados e os Potiguaras tiveram que fugir para o Estado do Rio Grande do
Norte. Segundo historiadores, essa batalha sangrenta na região da Serra da
Copaóba dizimou cerca de 20 mil índios Potiguaras.
Fim do século XIX e início do século XX
O segundo período histórico do município de Belém remonta a segunda metade do
século XIX quando de acordo com uma certidão datada de janeiro de 1935 do
tabelião e oficial do registro de imóveis do Termo de Guarabira, Joel Baptista
da Fonseca, o padre José Tavares Bezerra doou em 1871 uma parte de terras para a
Capela Nossa Senhora da Conceição do povoado de Belém. Este pequeno povoado em
formato de uma cruz, onde as primeiras residências e casebres foram se
amontoando ao lado da estrada de barro que ligava-o a povoados mais próximos,
foi denominado pelos seus moradores de Gengibre. Possivelmente pela abundância e
cultivo dessa leguminosa pelos índios Potiguaras que habitavam a região a fim de
fazerem escambo com os franceses que eram seus aliados.
No início do século XX chegou ao povoado um migrante de nome desconhecido, que
se estabeleceu com um pequeno hotel para servir como hospedaria para as pessoas
que sempre se deslocavam em direção as feiras dos povoados vizinhos. Esse
migrante teria convidado os frades capuchinhos, Frei Herculano e Frei Martinho
para pregarem as Santas Missões no povoado. Durante as pregações das Santas
Missões os missionários observaram que no lugarejo havia muitas brigas e
confusões entre os habitantes. Foi quando os frades sugeriram que a mudança do
nome povoado talvez fosse a solução, pois Gengibre se tratava de uma raiz
ardente, e com um nome mais suave poderia mudar o comportamento agressivo dos
habitantes. Daí surgiu o nome de Belém, que significa “casa de pão”, nome manso
e pacífico por ser o nome da cidade onde Jesus nasceu. E também, contam alguns,
devido o povoado estar bem próximo de uma serra chamada Pedra do Cordeiro,
fazendo assim uma analogia à figura de Jesus nascido em Belém da Judéia.
Já por volta do ano de 1914 teve início a construção da Igreja de Nossa Senhora
da Conceição, tendo sido inaugurada oficialmente em 24 de fevereiro de 1934.
São lembrados ainda, como pioneiros da colonização de Belém, isto é, como os
primeiros moradores da vila, os senhores Antônio da Cunha Rego, José Tomás
Pedrosa, João Fernandes Madruga e Antônio Targino Pessoa.
Até o final da metade do século XX, Belém era apenas um distrito de Caiçara, sem
muita importância, contando apenas com quatro ruas que se cruzavam entre si
formando a configuração de uma cruz. Eram elas: Rua do Sossego, Rua Paraguai,
Rua Gameleira e Rua da Empresa.
Nas divisões administrativas do Brasil de 1936 a 1938, Belém figurou como
Distrito de Caiçara, e modificado anos depois para Belém de Guarabira. Mas com o
Decreto Lei Estadual nº 520 de 31 de dezembro de 1943 que estabeleceu a divisão
administrativa para o qüinqüênio 1944-48, modificou o nome de Belém para
Curimataú, permanecendo até o ano de 1949, quando através da Lei nº 318 de 7 de
janeiro, fixou-se à divisão 49-53, mudando novamente sua denominação para Belém
de Caiçara.
A partir de 1945, com o surgimento da rodovia PB-073 ligando os estados da
Paraíba e o Rio Grande do Norte pela Microrregião de Guarabira, Belém tornou-se
ainda mais importante como base de apoio para viajantes que utilizavam a
referida estrada. Surgindo em consequência, inúmeras casas comerciais, postos de
gasolina, hotéis etc.
Em 1953, no governo de José Américo de Almeida, Belém foi contemplada com verbas
emergenciais para a construção do Açude Tribofe, devido a grande seca que
assolava a região. É desse governante a doação e instalação em 1955 do grupo
escolar Felinto Elísio. Com o crescimento do Distrito de Belém de Caiçara, em
1954 os habitantes iniciaram um movimento pró-emancipação liderado por um grupo
de cidadãos, José Tomás Emiliano, José Brasiliano da Costa, Henrique Rodrigues,
Cláudio Cantalice Viana, Luís Gomes de Lima, Vicente Cadó, Manuel Miguel de
Azevedo, e Manuel Xavier de Carvalho, que liderava o movimento.
Esses cidadãos elaboraram um abaixo assinado no qual continha 2.120 assinaturas.
O mesmo foi entregue a um dos Deputados Estadual da época, Humberto Lucena, que
elaborou um projeto de lei reivindicando a emancipação política de Belém que até
o momento pertencia a Caiçara. O projeto foi encaminhado a mesa diretora da
Assembleia Legislativa em 2 de abril de 1956, sendo o mesmo derrotado por apenas
um voto, devido uma articulação política tendo a frente o deputado Severino
Ismael da Costa que tinha ligações políticas e familiares com a cidade de
Caiçara, ressaltando que o Deputado colocava-se radicalmente contra a
emancipação política de Belém.
Após o projeto ser votado, pressões e perseguições foram feitas, transferências
de funcionários públicos, comerciantes foram perseguidos pelo fisco, através de
cobranças irregulares, mas o espírito de luta e o desejo de ver Belém emancipado
foi maior, e outro abaixo assinado foi feito e entregue ao Deputado Humberto
Lucena por ocasião de sua visita aos seus amigos em Belém.
Chegando em João Pessoa, na segunda legislatura tratou de elaborar um segundo
projeto, dessa vez com o apoio de outros deputados, inclusive do Senador Rui
Carneiro que interveio junto à bancada pedindo que votassem pela Emancipação
política de Belém. Mesmo assim o projeto foi tirado de pauta por seis vezes.
Porém, semanas depois o projeto foi aprovado, e dessa vez com o apoio do próprio
Deputado Severino Ismael, até então contra a emancipação, conforme nos assegura
o Dr. Manuel Xavier de Carvalho no trecho de uma entrevista a seguir: “No início
Severino Ismael era meu adversário político, sendo assim contra a nossa
emancipação política, mas no decorrer do tempo ele foi um político compreensivo,
aberto ao diálogo e acatou a ideia de apresentar na Assembleia Legislativa o
projeto de autonomia que foi aprovado por seus pares e sancionado pelo
governador da época Flávio Ribeiro Coutinho”. (Carvalho, 25 de Janeiro de 2006).
Aproximava-se a semana da pátria de 1957, quando o então governador Flávio
Ribeiro Coutinho convocou por intermédio do Deputado Severino Ismael a sociedade
de Belém, para no dia 6 de setembro de 1957, através da Lei Nº 1.752 dar a
emancipação política ao Distrito de Belém de Caiçara, ocorrendo a sua instalação
oficial em 6 de dezembro do mesmo ano, com o nome simplificado para Belém. No
seu discurso, dizia o Governador Flávio Ribeiro Coutinho que dos distritos que
ele elevou a categoria de cidade, só uma vez, com grande orgulho o fez, foi com
o município de Belém, porque quando ainda estudante passava férias na casa do
Sr. Clóvis Cruz morador da então Vila.
Integrava a comitiva governamental na visita a Belém os senhores: Deputado
Severino Ismael, Deputado Clóvis Bezerra, Joacil de Brito e Dudu Emiliano.
O primeiro prefeito do município de Belém foi Manuel Miguel de Azevedo em 1957,
através de nomeação do Governador Flávio Ribeiro Coutinho. Porém, o primeiro
prefeito eleito por voto direto da população belenense foi Manuel Xavier de
Carvalho em 1959, mas teve sua eleição cassada por problemas no registro da
candidatura, assumindo posteriormente João Gomes de Lima.
Política
A história política do município, desde o início, é marcada por diversas
conturbações. Nos dois primeiros anos de emancipação político-administrativa
cinco políticos exerceram o cargo de prefeito do município, Manuel Miguel de
Azevedo, Manuel Xavier de Carvalho, Joaquim Mendes da Silva, José Brasiliano da
Costa e João Gomes de Lima.
O primeiro prefeito nomeado foi Manuel Miguel de Azevedo, pelo então governador
da Paraíba Flávio Ribeiro Coutinho, o prefeito exerceu um brevíssimo mandato de
oito dias. Em seguida, o Governador em exercício, Pedro Gondim, nomeou o
advogado Manuel Xavier de Carvalho para o cargo, no qual meses depois se afastou
para concorrer à primeira eleição direta para prefeito constitucional do
município de Belém, assumindo o posto de prefeito Joaquim Mendes.
Na eleição pelo voto direto foi eleito Manuel Xavier de Carvalho, porém seu
mandato foi cassado por problemas no registro da candidatura, tendo assumido a
prefeitura o José Brasiliano da Costa, o vice-prefeito mais votado na ocasião,
pois na época o prefeito e o vice-prefeito eram escolhidos separadamente.
Contudo, seis meses depois, assumiu a prefeitura o segundo candidato a prefeito
mais votado no município, o João Gomes de Lima. Após uma década o advogado
Manuel Xavier de Carvalho concorre novamente a uma eleição para prefeito, na
qual saiu vitorioso, e dessa vez exerceu o mandato por quatro anos.
Em 1986, o então prefeito, Tarcísio Marcelo, teve seu mandato cassado pela
Câmara Municipal de Belém, e o vice-prefeito, Luís Porpino da Costa, conhecido
popularmente por Seu Biluca, assumiu por 46 dias a administração do município,
retornando, posteriormente, o prefeito Tarcísio Marcelo após ganhar na justiça o
direito de governar o município.
Na eleição para prefeito em 1996 o candidato Edmilson Ribeiro perdeu a eleição
para Tarcísio Marcelo por pouco mais de 30 votos, e pediu a justiça eleitoral a
recontagem dos votos. O pedido foi acatado pela justiça eleitoral e os votos da
eleição foram novamente apurados, mas permaneceu o resultado anterior.
A tragédia política de 1985
No dia 14 de setembro de 1985 aconteceu o trágico episódio político que marcou a
história de Belém. O assassinato do ex-prefeito Luís Alexandrino da Silva,
popularmente conhecido por Lula Firmino.
O ex-prefeito se dirigia com o amigo Manuel Luís Neto, também conhecido por
“Xinha”, até sua propriedade rural no sítio Gameleira, município de Belém, em
seu jipe, quando foi surpreendido por pistoleiros numa emboscada ao lado do
riacho do Meio, na propriedade do amigo José Thomas Emiliano, próximo a sua
propriedade no sítio Gameleira.
Segundo o amigo que o acompanhava, os pistoleiros desceram do carro onde
estavam, cumprimentaram Lula Firmino e anunciaram o crime. O ex-prefeito ainda
implorou para não retirarem sua vida, oferecendo objetos pessoais para os
assassinos, porém sem resultado. O mesmo acompanhante de Lula Firmino conseguiu,
milagrosamente, escapar dos pistoleiros e avisar os outros amigos na cidade de
Belém sobre o episódio. Ao chegarem no local do crime encontraram Lula Firmino
barbaramente assassinado com vários tiros.
Houve uma grande comoção da população belenense. Lula Firmino era um dos
políticos mais populares da época. Tinha uma oratória convincente e empolgante.
Sua influência política crescia no município e na região.
Alguns dias depois os pistoleiros foram presos e confessaram o assassinato, e
teriam acusado um grupo político local como o mandante do crime. Misteriosamente
um dos assassinos, Paulo Roberto, foi encontrado morto dentro de uma cela no
presídio do Roger, em João Pessoa, onde estava preso. Também foi acusado na
participação do assassinato um policial, o Cabo Galdino, por ter indicado a
vítima, Lula Firmino, aos pistoleiros após ter cumprimentado o mesmo nas
imediações da praça Seis de Setembro em Belém.
Terminava nesse dia a história política de um dos belenenses mais brilhantes e
promissores na vida pública que o município de Belém pôde oferecer. Luís
Alexandrino da Silva, assassinado aos 46 anos de idade, prefeito de Belém no
período de 1977 a 1982.
Cultura
O município tem uma grande diversidade cultural, especialmente ligada as
expressões da cultura popular. Com o passar dos anos, algumas delas foram sendo
esquecidas, porém existe um movimento de pessoas ligadas à cultura popular
belenense que estão tentando resgatar essas expressões culturais do município.
São diversos folguedos, danças, expressões artísticas e festas populares como as
quadrilhas juninas, o boi-de-reis, o pastoril, a ciranda, o artesanato, o
carnaval, as festas religiosas do Natal e da Padroeira, a feira livre e o maior
evento cultural da atualidade no município: a festa do São Pedro.
A quadrilha junina, de origem europeia chegou ao Brasil e tornou-se popular na
Região Nordeste. Geralmente são apresentadas nos meses de junho e julho. Todos
os anos em Belém são promovidos concursos para eleger a melhor quadrilha junina
do município, dentro do calendário da festa do São Pedro. As quadrilhas juninas
belenenses se destacam pela alegria, pelas cores das roupas e pelos personagens
folclóricos encenados. Contudo, a população também participa dessa dança
folclórica improvisando-a nas ruas e nos sítios do município, dançando ao som do
forró pé-de-serra e ao redor das tradicionais fogueiras de São João.
Boi-de-reis
O boi-de-reis, ou simplesmente, o boi de Luis Camilo, era famoso na região. O
Luís Camilo foi o principal precursor deste folguedo a partir na década de 1950
no município de Belém. Apresentava-se em diversas cidades da Paraíba e do Rio
Grande do Norte. Faleceu em 17 de dezembro de 1996. Outro nome bastante
conhecido no município e que também participava das apresentações do boi-de-reis
é o Seu Donato
Pastoril
O pastoril, também era um folguedo bastante popular e tradicional em Belém.
Existiam vários grupos que se apresentavam na cidade e na zona rural. Através
dos duelos entre as fitas azul e vermelha (encarnada), o grupo de pastoril
tentava convencer o público ditando versos e canções para ao final da
apresentação receber a recompensa em dinheiro. As pessoas pioneiras neste
trabalho foram às senhoras: Joana Ferreira Teixeira, conhecida por Dona Nita da
Catequese, Elisa de Quinca e Cecília Januário. Segundo relato do Sr. Osvany
Sales de Assis, foi numa apresentação do pastoril que o então Governador Flávio
Ribeiro Coutinho enamorou-se por uma mestra chamada Flávia, na época em que ele
era estudante e passava férias no povoado de Belém na casa de um amigo, o doutor
Clóvis Cruz.
Ciranda
A ciranda, classificada como dança de roda, era apresentada sempre nos finais de
semana, e especialmente, nas festas da Padroeira. Embalado ao som do triângulo,
da zabumba e do pífano, o povo belenense se divertia com o ritmo desses
instrumentos musicais e com a alegria da dança circular. Os principais
belenenses que dirigiram ou participaram das cirandas foram, entre outros, os
senhores: Manoel Fidelis, morador do sítio Bom Retiro, e Felizardo, tocador de
pífano.
Artesanato
O artesanato belenense caracteriza-se pela simplicidade dos objetos e pela
criatividade dos artesãos. São artesanatos feitos de barro, de bambu, da casca
do coco, do algodão e de outros elementos da natureza, transformados em
utensílios domésticos como panelas, potes para armazenar água, imagens sacras e
objetos de decoração.
O artesão belenense de maior destaque na região foi Henrique José Gonçalo,
conhecido por Henrique Santeiro, devido sua habilidade em fazer imagens sacras
de santos católicos através do gesso, do barro e talhados na madeira. Uma de
suas obras mais famosa é a imagem do Cristo crucificado, onde ficou exposta
vários anos na Igreja matriz da Sagrada Família em Belém. Seus trabalhos foram
expostos ainda, em feiras de artesanato em João Pessoa e publicados na 3ª edição
do Atlas Escolar da Paraíba pela editora grafset. O artesão Henrique Santeiro
era deficiente físico e morava numa comunidade rural do município de Belém,
denominada de Angelim. Faleceu em 23 de junho de 2001.
Carnaval
O carnaval em Belém remonta o período em que o mercado público do município, o
Mercanclub, tornava-se o local das festas e da folia carnavalesca. Porém, com a
construção do ginásio poliesportivo o “Xaviezão” em 1990, o Mercanclub foi
extinto e as festas transferidas para este novo local.
Atualmente, o carnaval belenense caracteriza-se pelos blocos de rua. São
diversos blocos que saem pelas ruas da cidade todos os anos no mês de fevereiro,
juntando centenas de pessoas para brincarem o carnaval com as tradicionais
serpentinas, máscaras, confetes e marchinhas carnavalescas.
As festas do Natal e da Padroeira
As festas religiosas do município de Belém são bastante tradicionais. As
principais delas são o Natal e da Padroeira. Na festa do Natal, realizada no mês
de dezembro, o caráter popular e de confraternização familiar ficam evidentes
através dos parques de diversões, das celebrações religiosas e dos reencontros
com os parentes que moram em outras regiões brasileiras. Também a festa da
Padroeira Nª Srª da Conceição, realizada no dia 8 de dezembro, tornou-se ao
longo de décadas um importante evento cultural e religioso para o povo
belenense. Com as tradicionais novenas a Nossa Senhora da Conceição e as
descontraídas quermesses, a população se envolve no clima religioso e festivo
das celebrações, além de expressarem sua cultura através do genuíno ritmo
nordestino, o forró, nas ruas e locais de dança conhecidos por pavilhões do
forró.
A feira livre
A feira livre no município, realizada todas as segundas-feiras desde o início do
povoado, no final do século XIX, é um evento que mistura diversos elementos
culturais do Nordeste brasileiro. Na feira livre de Belém a população pode
encontrar desde as variadas bancas de brinquedos artesanais aos livretos da
literatura de cordel, as panelas e imagens feitas de barro aos utensílios de
alumínio, os rolos pretos de fumo aos produtos feitos de couro de bode. Pode-se
encontrar ainda, os artistas populares vendendo suas bebidas “milagrosas” contra
diversos males, feitas das raízes da flora da região, e as bancas de bolos e
bebidas caseiras. Enfim, uma feira livre que através desses e de outros
elementos se perpetua durante décadas.
Artistas populares
O ator José Dumont é um artista belenense que se destacou em nível nacional, ele
viveu praticamente toda a sua infância, e parte da adolescência, no município de
Belém, especialmente no Distrito de Rua Nova.
Premiado ator brasileiro, José Dumont participou de várias telenovelas na
televisão, recebendo vários prêmios nos festivais de Gramado, de Brasília, de
Havana, do Cinema Brasileiro de Miami, devido suas diversas atuações no cinema
nacional. Um ícone da cultura cinematográfica brasileira.
Além do ilustre José Dumont, outros belenenses se destacaram na região com seus
grupos musicais de forró, de teatro amador, de folguedos e danças, que
demonstram a autenticidade e criatividade do povo belenense.
Alguns artistas populares e bandas de forró do município de Belém da Paraíba:
Marrom e Filhos da Paraíba
Chiquinho de Belém (ex-músico da banda de forró Magníficos / toca sanfona ou
acordeão).
Forrozão Vip
Marronzinho e Edna Monteiro (vocalistas da banda Explosão Nordestina)
Nildo dos teclados
Eziélio Show
E a banda que salva o rock no município de Belém da Paraíba:
Festa do São Pedro
Criada em 1997, a festa do São Pedro é realizada no fim de junho na cidade, e
reúne todos os anos milhares de pessoas vindas da Paraíba e dos estados
circunvizinhos como o Rio Grande do Norte e o Pernambuco. Normalmente são três
dias de festa animados pelos principais grupos ou bandas musicais de forró que
se apresentam na região Nordeste e no Brasil. É o maior evento cultural da
atualidade no município. No decorrer das várias edições dos festejos, além das
bandas de forró, artistas de renome nacional como Fagner, Zé Ramalho, Leonardo e
Cláudia Leite, da Banda Babado Novo, se apresentaram no São Pedro de Belém,
transformando esse evento numa das principais festas populares do interior da
Paraíba.
Assistência Social
Com uma rede assistencial organizada e articulada, a assistência social
desenvolvida em Belém é referência nas regiões do Brejo e do Curimataú
paraibanos, especialmente as ações ligadas ao atendimento às crianças e
adolescentes, e as pessoas idosas. Em relação à assistência desenvolvida para as
crianças e adolescentes, o município conta com o Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, e o Conselho Tutelar, órgãos responsáveis pela
formulação de políticas públicas e pela fiscalização do cumprimento dos direitos
infanto-juvenis. E ainda o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).
No atendimento às pessoas acima de 60 anos, consideradas idosas, o município
dispõe do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, órgão fiscalizador dos direitos
deste segmento populacional, e o Abrigo para idosos Bom Pastor, instituição
ligada a Paróquia Sagrada Família de Belém (Paraíba), que desenvolve a função de
atendimento asilar.
Educação
De acordo com o Censo escolar do INEP7 em 2006, no município de Belém estavam
matriculados 4.775 estudantes distribuídos pelas redes municipal, estadual e
privadas de ensino, nos níveis de ensino infantil, fundamental e médio, com as
seguintes percentagens:
Rede Municipal
A rede municipal de ensino dispõe de vinte e uma unidades escolares, sendo treze
escolas na zona rural e oito escolas na zona urbana, incluindo o distrito de Rua
Nova, distribuídas em ensino infantil e fundamental, além do ensino de Educação
de Jovens e Adultos (EJA) e o programa educacional Brasil Alfabetizado, do
governo federal. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, em 2007 foram
matriculados 2.370 alunos.
A rede municipal de ensino também oferece dois centros de informatização, o
Centro Municipal de Informática e o Laboratório de Informática Edvaldo Saraiva,
este último em homenagem ao belenense pertencente ao quadro de funcionários da
empresa norte-americana Microsoft. E a Biblioteca Ariano Suassuna, instalada na
Escola Municipal de Ensino Fundamental Anita de Melo Barbosa Lima.
Rede Estadual
Com 1.824 alunos matriculados, segundo o Censo escolar de 2006, a rede estadual
de ensino disponibiliza três unidades escolares para o município, a Escola de
Ensino Fundamental e Médio Engenheira Márcia Guedes Alcoforado de Carvalho e a
Escola de Ensino Fundamental Felinto Elísio, as duas instaladas na sede. Já no
distrito de Rua Nova funciona a Escola Estadual de Ensino Fundamental Rosa dos
Santos.
Rede Privada
Ainda de acordo com o Censo Escolar de 2006, na rede privada de ensino em Belém
estão matriculados 386 alunos, distribuídos em cinco escolas, todas elas de
ensino infantil e fundamental.
Educandário Aquarela
Educandário Arco-Íris
Educandário Futuro da Criança
Educandário Pedro Cardoso
Saúde
Com sete unidades básicas do Programa Saúde da Família (PSF), sendo uma unidade
no distrito de Rua Nova, duas na zona rural, instaladas nos sítios Serraria e
Limeira, e quatro unidades na sede, a rede municipal de saúde atende uma
população estimada em quase 18 mil habitantes. Para desempenhar um atendimento
eficaz na área da saúde a rede municipal também conta com uma equipe de 45
Agentes Comunitários de Saúde, um Centro de Fisioterapia, uma Farmácia Básica e
um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Além das unidades básicas do
Programa Saúde da Família (PSF), o município de Belém dispõe de um hospital a
nível regional, o Hospital Luís Alexandrino da Silva, inaugurado em 1998, pelo
então Governador da Paraíba José Maranhão. Este é um importante hospital que
abrange parte das microrregiões de Guarabira, do Curimataú e do Brejo
paraibanos. Recebeu no ano de 2004 o título de hospital Amigo da Criança pelo
Unicef.
Transporte
A rede de transporte no município de Belém é composta, exclusivamente, pelos
transportes terrestres. Este serviço é prestado através dos táxis alternativos e
das motocicletas conhecidas como “moto-táxis”. Dois meios de transportes
devidamente legalizados pelo poder público municipal.
Além dos transportes classificados como alternativos o município é atendido por
diversas empresas de ônibus intermunicipais e interestaduais, devido o mesmo
estar localizado numa das principais rotas de acesso, pelas rodovias PB-073 e
PB-105, das regiões do Brejo e Curimataú paraibanos às cidades de João Pessoa e
Campina Grande, e ao estado do Rio Grande do Norte. No município inicia-se,
ainda, a rodovia PB-089 em direção aos municípios de Caiçara e Logradouro.
Meios de comunicação
O município dispõe de variados meios de comunicação como rádios comunitárias,
jornais on-line, provedor de internet, telefonia celular, etc. Esses meios de
comunicação foram inseridos, principalmente, no início da década de 2000,
beneficiando a população belenense, desenvolvendo e divulgando o município.
Os principais meios de comunicação são:
Rádio Talismã FM 99.3
Rádio Comunitária Rua Nova FM 87.9
Rádio Cidade
Sky Net (provedor de internet via rádio)
Telefonia celular (TIM e CLARO)
Torre de comunicação da Telemar (Oi)
TVs: Rede Globo, SBT, Band, Record, Rede Vida, TV Correio (filiada da Record),
TV Tambaú (filiada do SBT), TV Cabo Branco (filiada da Globo)
Agência de Correios
Economia
A base da economia belenense é sustentada por vários setores: o funcionalismo
público municipal e estadual, as aposentadorias dos idosos, as empresas e
micro-empresas, o comércio, a agricultura familiar e a pecuária.
O funcionalismo público municipal e estadual é um dos setores que mais emprega
pessoas em Belém, principalmente nas áreas de educação e saúde, por isso é
considerado o principal setor que sustenta a economia local.
Aposentados
O município de tem uma das maiores populações relativas de idosos do estado da
Paraíba. A percentagem é de 13,6% da população absoluta do município.
Conseqüentemente, a participação desse segmento na manutenção da economia local
é decisiva, trazendo benefícios para outros setores da economia belenense.
Empresas e microempresas
As empresas e microempresas desempenham um importante papel na economia do
município. São cerca de três empresas e dezenas de microempresas distribuídas
nas áreas alimentícias, de confecções e da construção civil, que juntas empregam
centenas de pessoas.
Comércio
O comércio belenense é um dos setores que mais se destacam na economia do
município. São dezenas de estabelecimentos comerciais que contribuem para o
desenvolvimento da economia local, empregando pessoas e contribuindo através do
pagamento de impostos. Porém, é um setor muito sensível, pois depende
estreitamente do funcionalismo público e dos aposentados.
Agricultura familiar e pecuária
A agricultura familiar desempenha uma função importantíssima no município de
Belém, além de contribuir com a economia local através da comercialização do
feijão, do milho, do algodão, da mandioca e do beneficiamento de frutas,
produtos comuns do município. Porém, ainda é basicamente um agricultura de
subsistência. Também a pecuária no município contribui para o desenvolvimento da
economia, especialmente, através da venda e beneficiamento do leite e da carne
do gado pelos pequenos pecuaristas.
Esportes
As principais atividades ou eventos esportivos praticados em Belém são o futebol
de campo e de salão, este último também conhecido por futsal, a mini maratona, a
capoeira, os esportes de aventuras, e recentemente o taekwondo, entre outros
esportes. O município dispõe de dois ginásios poliesportivo, um no distrito de
Rua Nova denominado de “O Amigão”, e outro na sede, chamado de “O Xaviezão”. E
um estádio municipal em fase de construção.
Futebol
O futebol é a principal atividade esportiva dos belenenses. Os times de maior
destaque por terem participado ou vencido campeonatos regionais de futebol
amador são:
Atlético Esporte Clube
Belém Esporte Clube (extinto)
Estrela Azul Futebol Clube
Juventus Esporte Clube(extinto)
União Esporte Clube
Mini maratona
A mini maratona de Belém é um evento esportivo realizado desde 2005, sempre no
dia 6 de setembro, data da emancipação político-administrativa do município, com
a participação de dezenas de atletas da região e até dos estados do Rio Grande
do Norte e do Pernambuco. São 12 quilômetros de percurso entre os quilômetros 66
e 78 da rodovia PB-073 que atravessa o município. O principal destaque das
últimas edições da mini maratona é a participação da atleta paraibana Ednalva
Laureano da Silva, a “Pretinha”, vencedora de diversas maratonas a nível
nacional e internacional.
Capoeira
A Capoeira, originalmente uma luta disfarçada como dança trazida ao Brasil pelos
escravos africanos e difundida nos quilombos e senzalas na época colonial, é
bastante difundida no município. Além do caráter esportivo, a prática da
capoeira tornou-se uma ferramenta importante na educação de parte da população
infanto-juvenil belenense.
Esportes de aventura
Os esportes de aventura é uma prática recente e que vem crescendo em Belém,
especialmente por equipes de esportistas da região do brejo paraibano. Devido
grande parte do relevo do município ser constituído por serras e formações
rochosas como a Pedra do Cordeiro, e grandes lajedos em comunidades rurais como
os de Lagoa da Serra e Gameleira, os aventureiros buscam estes locais para a
prática do rapel, trilhas, arvorismo, entre outros esportes radicais comuns a
estas características ambientais.
Taekwondo
O Taekwondo é outro esporte que vem ganhando espaço e se profissionalizando no
município através da Escola Belenense de Taekwondo, filiada a Liga Paraibana.
Originário da Corea este esporte em Belém é praticado especialmente por
adolescentes e jovens.
Turismo
Calendário turístico
24 e 25 de junho - São João do Tribofe
26 a 29 de junho - Festa do São Pedro de Belém (Paraíba)
6 de setembro - Mini maratona
8 de dezembro - Festa da Padroeira
Belém
é uma cidade do Estado da Paraíba www.guiaparaibano.com.br
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Mais informações aqui no GUIA ParaibanoBelém é um município brasileiro, localizado no estado da 5